Mochilão pela Europa com as amigas: quase deu tudo errado!
A primeira vez que eu fui pra Itália – ou pra Europa – foi em 2011. Eu tinha 20 anos, e fui com duas amigas fazer aquele clássico mochilão. E foi uma daquelas viagens que viram marco na vida!
Até hoje a gente lembra, ri das mesmas histórias e se sente voltando no tempo. Foram 40 dias em 11 lugares, com um orçamento beeem apertado, zero glamour, mas assim... MUITA história boa. Daquelas que você não esquece.
Conhecemos gente nova (algumas viraram amigas até hoje), encontramos amigos do Brasil no meio do caminho, dividimos quarto em hostel com uma galera super aleatória, andamos pra caramba, vimos museus, baladas, igrejas… e, sim, teve hora que a gente só queria dormir.
Nosso roteiro era: Paris - Londres - Berlim - Amsterdam - Roma - Florença - Budapeste - Praga – Croácia – Madrid – Barcelona.
Lembro direitinho do dia anterior à viagem. Meu pai perguntou:
— Filha, tá tudo pronto? Vocês imprimiram os mapas?
Sim. Mapas. Impressos. Das estações de trem pros hostels, dos aeroportos, da cidade mesmo… E eu? Nada. Nunca fui boa de localização nem com tecnologia, imagina naquela época. Nem eu, nem minhas amigas kkk
Passei a tarde inteira no computador fazendo o básico: google maps aberto, copiando e colando os caminhos mais importantes num word. E vou te falar? Aquilo salvou a gente. Porque em 2011, celular com internet era artigo de luxo. A gente ia comprar um chip local, mas tinha limite, não era confiável… até que o pai da Loira (ou Luiza pros menos íntimos) falou:
— Leva meu iPhone, vai ajudar.
A gente nem sabia o que era ter iPhone na viagem naquela época. Era o 4 ou até antes. Mas foi sorte, viu.
Porque em Praga, a gente resolveu jantar num Hooters (não me pergunte o porquê, talvez a gente só quisesse uma comida “normal”, tipo americana). E aí, deixei minha bolsa encostada em mim, do meu lado, como sempre faço. Na hora de pagar a conta… cadê a bolsa?
Roubaram. Sem a gente perceber.
Nela estavam: meu passaporte (que, pasme, foi o mais fácil de resolver no fim), e minha câmera digital. Com todas as fotos da primeira parte da viagem: Paris, Londres, Amsterdã… tudo. Perdi tudo.
Por sorte, a Loira tinha feito alguns registros com o iPhone do pai, mas foi um drama.
Aquele dia foi um caos. A gente perguntou no restaurante, ninguém viu nada. Fomos até uma delegacia, onde ninguém falava inglês. E a gente tentando explicar… e os policiais só gritavam de volta. Desculpa quem fala tcheco, mas assim, foi um dos piores momentos.
Aí começou a chover. Daquelas chuvas pesadas. E eu chorando.
Cena de filme: eu na rua de Praga, encharcada, com as lagrimas misturando na chuva, sem passaporte, sem fotos, sem dinheiro.
Mas como toda boa história… no dia seguinte veio a virada.
Ligamos na embaixada, e um diplomata brasileiro (cujo nome infelizmente eu não lembro, mas sou grata até hoje) topou abrir a embaixada num DOMINGO e fazer meu passaporte. Era a primeira vez dele fazendo aquilo e lá estávamos nós: eu, Loira, Isa, ele e a esposa, passando a manhã inteira nesse processo.
No fim, foi até divertido. Sabe aquela coisa que você vê que no momento parece o fim do mundo, mas depois vira história? Pois é.
E não dava pra seguir viagem só com uma autorização qualquer, porque a gente ia pra Croácia depois, e precisava mesmo de um novo passaporte.
Meu pai – já acostumado com os “perrengues” que eu arrumava nas viagens (posso até criar uma editoria disso aqui, tem muita história pra contar, e a maioria com essas mesmas amigas haha) – me mandou um novo cartão de crédito, e a gente teve que mudar um pouquinho os planos pra esperar ele chegar. Mas deu tudo certo.
E acho que esse é o tipo de coisa que me marcou pra sempre: naquele dia, eu tinha certeza que a viagem tinha acabado. Que era o fim, que a gente ia voltar pra casa e que tudo tinha dado errado. Mas hoje, quando lembro disso, percebo o quanto a gente superestima os problemas na hora em que eles acontecem.
E o quanto, quando a gente segura firme, as coisas se ajeitam.
No fundo, é isso que a vida faz com a gente o tempo todo: nos testa, nos desafia, pra depois mostrar que tudo passa.
E, se a gente tiver sorte (e boas amigas por perto), até os piores dias viram boas histórias.
Agora, 14 anos depois, voltei.
Dessa vez, com um orçamento beeem diferente, hotéis lindos, restaurantes maravilhosos… e novas companhias: meu marido e o Francisco dentro da barriga.
Reviver Roma e Florença foi muito especial. E conhecer a Toscana foi uma delícia. Lembrei tanto da gente naquela época… da nossa bagunça, das gargalhadas, da amizade que – sorte a minha – continua até hoje.
Mas agora foi outra vibe. A disposição não é mais a mesma, claro. Mas o prazer de estar ali, sentindo tudo com mais calma, com mais presença, foi indescritível.
E diferente de 2011, dessa vez tinha roteiro sim! Tudo organizado pelo meu marido, que é ótimo nisso (ao contrário de mim). E como sei que muita gente me pediu, anotei tudinho: os lugares que a gente amou, onde comer, onde ficar, o que fazer, tudo mesmo.
Esse é o tipo de roteiro que eu amaria receber em todas as viagens. E que agora, divido com vocês!
Espero que ele te ajude a criar histórias incríveis 💜
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